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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

JOVEM DO PASSADO


Como se nada pudesse mudar o que tinha de ser, fomos eu, meus sintomas e você. Um jovem velho, nascido no final dos anos mágicos de 80’, época de transição, fascínio, declínio e decadência. Todas as minhas raízes foram fincadas no passado que na verdade não me pertencia, mas era outra época, com outras tecnologias, e o que era bom chegava aos nossos ouvidos com anos de atraso, porém, nesse contexto, dava pra delirar um lance poético que separava os iniciados daqueles que viviam aos moldes da moda. “Punks não morreram “ diziam os mortos, um movimento com ideais necessários e com prazo limitado. Todos ali seriam devorados pelo capitalismo cruel, pela sede de consumo e pelo fôlego raso na construção das ideias. É um fracasso bíblico, aparentemente, como se essa construção começasse do meio e facilitasse a queda, todos nos rendemos em algum momento a facilidade de aceitar as coisas como são, sem choro, nem resistência, a propósito muito se fala em “resistência” , mas ninguém resiste, tampouco EXISTE. Sejamos corajosos para aceitarmos como somos, fracos, delirantes, altamente corajosos, até que nos provem o contrário. Entretanto, tem algo que nos é de direito e disso não abrimos mão, somos personagens muito bem construídos e com elos de ligação, adoramos aquilo que toca na alma, um belo riff, um belo verso, a coragem daqueles que admiramos, tudo isso conectado numa bela canção. Imaginação…essa é a nossa onda, sentir a verdadeira mensagem, captar com emoção, fazer tudo valer com valentia até que chegue a razão. Podemos construir muitas coisas e deixarmos como legado, podemos inclusive sermos os novos heróis, mas sempre seremos os jovens do passado.