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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Depoimentos Fora de Serio!

Humberto Gessinger: É, a gente era uma banda muito boa pra dar assunto para polêmicas assim, só que não dávamos seqüência a elas. Meu trabalho dá margem a isso, mas eu, pessoalmente, não acho que seja a função do artista responder a críticas. Então, infelizmente, fica um diálogo interrompido. Mas eu entendo a estranheza que causa porque é um trabalho muito pessoal e por isso a gente fica meio contra a corrente. Não no sentido heróico de “vamos combater todo mundo”, mas de buscar o que há de pessoal. Eu acho que é uma tendência, sempre que uma banda começa, ela grava uma demo e diz “nosso som é parecido com isso ou com aquilo”. Eu entendo, é um atalho, mas o que me interessa na música é o que ela tem de diferente e de pessoal, e foi isso que eu busquei. Isso que eu acho que talvez cause um estranhamento. E quanto às referências literárias, elas surgem porque eu sempre gostei de ler, mas não que eu esteja lendo e pense: “Isso pode virar uma canção”. O que o meu porteiro me disse pode aparecer numa canção, só que ninguém conhece o meu porteiro e todo mundo conhece os escritores. É claro que Revolta dos Dândis, por exemplo, é um caso em que, explicitamente, a letra é tirada de uma obra literária, mas é uma coisa bem menos longe do chão do que possa parecer.

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